Uau! O que fazer quando o público não demonstra interesse em sua brincadeira? Bom, sabemos que pessoas são diferentes, e isso é fantástico. Cada um tem seus gostos, interesses, desejos, vontades. E quando essas pessoas diferentes se unem para realizar uma atividade e elas não demonstram interesse em participar. O que fazer?
Antes de responder, é necessário entendermos quem é esse público e onde ele está situado.
QUEM É MEU PÚBLICO?
São crianças, jovens, adultos, idosos ou populações especiais? Cada faixa etária tem suas características afetivas, cognitivas e motoras que balizam seus interesses e necessidades. No meu livro Manual de Jogos e Brincadeiras: atividades recreativas para dentro e fora da escola eu disserto e apresento essas características (clique aqui e conheça).
Um exemplo é que o público infantil está mais ligado em atividades com grandes jogos e desafios, enquanto os idosos, em pequenos jogos e que não envolvam muita movimentação corporal complexa.
Logo, saber as necessidades e limitações do seu público, lhe ajudará e MUITO na criação ou escolha das atividades a serem aplicadas.
ONDE MEU PÚBLICO ESTÁ
As atividades recreativas podem ser desenvolvidas em diferentes locais e horários. Desde uma sala pequena até em um espaço amplo de um hotel de luxo.
Temos que desenvolver atividades de acordo com o nosso espaço (como citado acima). Se estivermos em um hotel de luxo, não vamos ficar com nosso público em uma sala pequena realizando atividades, pois certamente eles vão querer brincar em um espaço maior e muito mais bonito. Porém, se for no horário em que o sol esteja muito forte, vale optar por ficar em um salão com ar condicionado ou em um espaço externo com sombra.
Certo, eu tenho esses dois entendimentos - conheço meu público e sei onde estou para realizar as atividades - a partir de agora tenho que entender outras duas ações: o que posso controlar e o que não posso controlar.
O QUE O RECREADOR PODE CONTROLAR
O recreador tem que aprimorar tudo aquilo que ele tem controle, por exemplo, planejamento das atividades, Planos B e Plano C desenvolvidos, conhecimento das atividades, organização dos materiais que serão utilizados, conhecimento sobre os aspectos cognitivos, afetivos e motores do público que está responsável, noção de localização e conhecimento dos espaços disponíveis para realização das atividades.
O QUE O RECREADOR NÃO PODE CONTROLAR
Não tenho como controlar o aceite do público a cerca das atividades propostas. Podemos ter uma ideia do que pode e o que não pode funcionar com base em experiências anteriores. Mas sabemos muito bem que uma atividade que funciona com um público, as vezes não funciona com outro.
Caso você aplique uma atividade e não tenha o feedback positivo do seu público apresento algumas estratégias para desenvolver:
ESTRATÉGIAS
Você tinha o controle da situação (ou seja, se planejou, aplicou a atividade de acordo com a faixa etária, escolheu o lugar certo), e além disso, aplicou uma atividade que sempre deu certo, mas dessa vez não. O que fazer agora?
- Certifique-se que os participantes não tiveram uma experiência ruim com essa atividade. Por exemplo: “professor, não gostamos dessa atividade porquê da última vez que brincamos nossa amiga caiu e quebrou o braço”.
- Se a brincadeira proposta for de correr ou de grande movimentação, talvez eles estejam cansados ou queiram brincar com atividades mais calmas, ou, vice e versa.
- Quem sabe essa brincadeira é algo que eles já vivenciaram diversas vezes e só querem algo novo.
- Talvez eles ainda queiram realizar a brincadeira anterior, mas você mudou porque achou que já estava muito tempo naquela brincadeira.
- Se não tiver problemas para o desenvolvimento do planejamento pergunte do que eles gostariam de brincar. Talvez essa forma seja o início para uma parceria entre o recreador e público para que continuem a participar posteriormente das suas atividades.
- Talvez a sua chamada para a atividade não os cativou. Tente em sua fala, empolgá-los para participar da atividade. As vezes um apoio faz toda a diferença.
E QUANDO UMA OU DUAS CRIANÇAS
NÃO QUEREM BRINCAR?
Quando uma, duas ou um pequeno grupo de crianças, mesmo assim, depois de tudo, não querem participar da atividade? Nesse caso, se você chegou e conversou particular com elas e perguntou o motivo e é simplesmente: “eu não quero!” Não tem o que fazer. Não podemos obrigar. Estamos ali para brincar. Você tem consciência que fez o que podia. Ninguém é obrigado a nada. Caso alguém pergunte... você tem todos os argumentos para poder justificar que fez tudo que era possível.
DICA EXTRA E EXTREMAMENTE VIÁVEL
Uma estratégia que utilizo é antes de iniciar as atividades recreativas com o grupo, sentar em círculo no chão. Nesse momento uma conversa, mesmo que rápida, fará com que tenhamos uma aproximação com o grupo. É um ótimo começo. Esse é o momento de perguntarmos o que eles mais gostam no local que estão (evento, festa de aniversário, hotel, acampamento, colônia de férias) e que eles possam listar quais as brincadeiras que mais gostam. Assim já podemos ter uma ideia das brincadeiras que provavelmente podem dar certo.
Em 2017 eu completei a realização de 20 colônias de férias. Uma estratégia que utilizava no último dia era a aplicação de um questionário lúdico sobre quais brincadeiras eles mais gostaram e se tinham alguma sugestão de brincadeiras novas. Assim poderíamos elaborar as atividades para a próxima colônia de férias. Quando eles voltassem, eles teriam as brincadeiras que gostaram e as novas brincadeiras para aproveitarem ao máximo a temporada. Com a turma dos menores, nós pedíamos para desenharem a brincadeira que mais gostaram e explicavam para os recreadores responsáveis que colocavam o nome na folha A4.
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Professor Mestre Cleber Junior