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CONTEÚDOS OU INTERESSES CULTURAIS DO LAZER

Atualizado: 19 de jun. de 2023


No tempo presente, há uma grande representatividade de grupos de estudos, pesquisas, artigos, livros a respeito das teorias do lazer. Contudo, sobre recreação as teorias são escassas, para ser verdadeiro, até a publicação desse texto não há uma teoria da recreação, mas o que encontramos são etimologias da palavra ou pressupostos acerca da recreação. Porém, todo o recreador permeia sua prática em um dos conteúdos culturais do lazer apresentados abaixo:


O termo conteúdos culturais do lazer é uma influência do pensamento de Joffre Dumazedier (1980) ao distinguir cinco áreas fundamentais de interesses verificados no lazer (físicos, manuais, artísticos, intelectuais e sociais). Por interesse, o autor entende o conhecimento que está enraizado na cultura vivida. Nesse sentido, os termos conteúdos culturais do lazer e interesses culturais do lazer são entendidos como sinônimos. A palavra cultura, por sua vez, é utilizada de forma ampla para representar as distintas possibilidades de manifestações no lazer (MELO, 2004; MARCELLINO, 2007).



De antemão, deve-se esclarecer que a distinção entre os vários interesses no lazer só pode ser estabelecida em termos de predominância e representando escolhas subjetivas, pois constituem um todo interligado, e não esferas estanques (MARCELLINO, 2007). Assim, uma pessoa pode estar ligada a mais de um interesse em uma mesma atividade no lazer (DUMAZEDIER, 1980; MELO, 2004).


Conforme sugestão do sociólogo brasileiro Luiz Octávio de Lima Camargo (orientando de Dumazedier) em 1986, adiciona-se o conteúdo turísticos (CAMARGO, 1986). Atualmente, devido a expansão das tecnologias, Gisele Maria Schwartz em 2003 acrescenta o conteúdo virtual (SCHWARTZ, 2003).





Os conteúdos ou interesses do lazer são:


JOFFRE DUMAZEDIER (1980)

Interesses Físicos

Se relaciona com as práticas corporais de movimento – especialmente o esporte. Há muito interesse, com ampla difusão pela mídia. Associação ao estilo de vida. Lazer e qualidade de vida: busca do bem estar e promoção da saúde. Exemplos: Atividades físicas de aventura na natureza (AFAN); práticas alternativas; academias; equipamentos urbanos (ex. corrida de rua); esportes (prática não sistemática).


Interesses Manuais

Atividades ligadas ao prazer de manipular, explorar e transformar a natureza. Representa-se desde lavar o carro no fim de semana até o crochê, tricô, ou ainda no consertar e desmontar para conserto de novas engenhocas e eletrodomésticos.


Interesses Artísticos

Forma de linguagem importante; educação das sensibilidades. Experiência estética (prazer, descobertas). Local onde está arte (cultura erudita – cultura popular). Exemplos: Apresentar novas linguagens; vivência de novas experiências (contemplação, produção...).

Interesses Intelectuais

Desenvolvimento do intelecto. Exemplos: jogos, palestras, cursos (pensar predominância de conteúdos sobre a vida saudável).


Interesses Sociais

Visam a sociabilidade. Encontro diferente de individualização, fragmentação.

Exemplos: festas, passeios, turismo, etc.


LUIS OTÁVIO DE LIMA CAMARGO (1986)

Interesses Turístico

Deslocar para outros espaços; conhecer o próprio espaço público, já que há um esvaziamento do mesmo.


GISELE MARIA SCHWARTZ (2003)

Interesses Virtuais

O interesse virtual caracteriza-se pelas formas de atividades de lazer que utilizam tecnologia. Uso de internet (espaço de lazer/ educacional). Pensar a educação para e pelo lazer. Interesse pela conexão em rede. Interação social, diversão. Salas de bate papo, jogos virtuais, troca de correspondências.


Para Schwartz (2003), o conteúdo virtual não representa apenas uma nova “roupagem” para os outros conteúdos culturais, mas, configura-se como um elemento do tempo presente, com linguagem própria, capaz de alterar, até mesmo, o setting vivencial, isto é, onde a pessoa pode usufruir de novas dinâmicas de acesso cultural, exigindo, novas posturas, novas demandas e novos olhares, sem o ranço preconceituoso que normalmente perpassa toda e qualquer novidade (SCHWARTZ, 2013, p.29-30).

REFERÊNCIAS

CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. O que é lazer. São Paulo: Brasiliense, 1986.


DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980.


​SCHWARTZ, Gisele Maria. O conteúdo virtual: contemporizando Dumazedier. Licere, Belo Horizonte, v.2, n.6, p.23-31, 2003.


MELO, Victor Andrade. Conteúdos culturais. In: GOMES, Christianne Luce (Org.). Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p. 51-54.


MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e cultura: algumas aproximações. Campinas: Alínea, 2007. p. 9-30.


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